Deixo um poema para reflexão... se encontrarem alguma semelhança com a realidade agradeço os vossos comentários.
António de Oliveira Salazar
Três nomes em sequência regular…
António é António.
Oliveira é uma árvore.
Salazar é só apelido.
Até aí está bem.
O que não faz sentido
É o sentido que tudo isto tem.
Este senhor Salazar
É feito de sal e azar.
Se um dia chove,
A água dissolve o sal,
E sob o céu
Fica só azar, é natural.
Oh, c’os diabos!
Parece que já choveu…
Coitadinho
Do tiraninho!
Não bebe vinho.
Nem sequer sozinho…
Bebe a verdade
E a liberdade.
E com tal agrado
Que já começam
A escassear no mercado.
Coitadinho
Do tiraninho!
O meu vizinho
Está na Guiné
E o meu padrinho
No Limoeiro
Aqui ao pé.
Mas ninguém sabe porquê.
Mas enfim é
Certo e certeiro
Que isto consola
E nos dá fé:
Que o coitadinho
Do tiraninho
Não bebe vinho,
Nem até
Café
Fernando Pessoa
10 comentários:
pode já não dar para o café, mas dá para a passa à frente do povo em local por ele proibido...
Está demais! LLLLLLLLLLLOOOOOOOOOOOOOOLLLLLLLLLL!!!!!!!!
Mas, no fundo, sócrates e salazar têm uma diferença: o salazar não era mentiroso!
Ok, concordo que o sócrates ánda numa de tiranozinho...mas, agora a sério...não podemos comparar um a outro, são regimes completamente diferentes. Estar a mete-los no mesmo saco é desrespeitar quem lutou para derrubar o ditador. A diferença entre um e outro é que hoje podemos estar a dizer estas coisas num blog. Se fosse com o salazar, nem blogues havia...
e hoje em dia há blogs, há crítica, não há censura... mas... isso serve de quê? Temos liberdade para nos exprimirmos mas essa nossa liberdade muda o que?
Já dizia um grande pensador francês: Ditadura é dizer: CALA-TE!; democracia é dizer: BEM PODES FALAR!
é fácil dizermos "liberdade para que" quando nunca tivemos falta dela, ;-). é por isso que acho que não se pode comparar sócrates com salazar assim tão linearmente.
eu só acho ke não temos liberdade... vivemos numa pseudo-liberdade, mergulhados numa ilusão de que controlamos a nossa vida e a vida do nosso país só porque podemos dizer o que queremos...
Diz isso a algum dos pais, ou a alaguém que tenha vivido na repressão de salazar, e logo vês a resposta hehehehe.
já disse...
Bem, o Sócrates bem gostaria de ser outro tirano, mas comparativamente fica-se só pelo tiranozinho: até porque se quer continuar a governar, tem de ganhar as eleições e para isso tem de tentar não tomar medidas (muito) impopulares.
Ora sabe-se que o Salazar não mentia - até porque ele acreditava piamente naquilo que dizia - mas alguém que ousasse aventar ideias contrárias, pois prendia-se, torturava-se, exilava-se e, em alguns casos, matava-se. Convenhamos que a popularidade do homem não ganhava nada com isso. E Sócrates, infelizmente para ele (mas felizmente para todos nós), não se pode dar ao luxo de seguir esses métodos salazarentos...
Portanto são essas as principais diferenças entre eles. Claro que aí o Sócrates tem de mentir a toda a hora, para compensar as medidas que toma e que tanto prejudicam o povo, mascarando-as com várias e diversas fantasias, em que umas pegam, outras nem por isso...
O poema é muito bom e confesso que não conhecia!
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